quinta-feira, 3 de junho de 2010

Do espetáculo A Saga do Zé da Fome

Pensando em fazer um teatro de rua popular brasileiro fomos buscar repertório para desenvolver essa linguagem. Fomos fazer aulas de máscaras, manipulação de bonecos, treinamento de ator para espaços abertos, treinamento de corpo e voz focando o trabalho energético, retomamos os treinos de circo, descobrimos as danças brasileiras e a literatura popular.

Depois de uma ano, em 2006, surge a idéia do espetáculo “A Saga do Zé da Fome”. Para ser o Zé da Fome convidamos o Alex Silva que tinha feito algumas oficinas de teatro, começando um longo processo de criação para a concretização do espetáculo. Para fazer os cenários e os adereços foi chamada a Patrícia Janaina (irmã da Cris, que no percurso acabou entrando na peça para atuar como mambembe). Como precisava de um músico, o Alex chamou um amigo, o Anselmo de Oliveira. Depois de muito trabalho, o espetáculo estreiou em novembro de 2006 na Praça Santa Filomena – Centro de São Bernardo do Campo.

Baseada na toada “História da Fome” de Téo Azevedo, a companhia chega à praça para contar as aventuras e desventuras do sertanejo Zé da Fome, que durante sua saga envolve-se com personagens do imaginário popular: o coronel, a moça apaixonada, o diabo e os santos. Tudo contado com muito humor e lirismo pelos artistas mambembes.

Do processo de pesquisa
Receita para se fazer um teatro de rua popular:

Um corpo grande e dilatado!
E a voz?
Há de se ter uma projeção vocal também maior.
Figurinos exuberantes e coloridos.
Cortejo! Estandarte!
Engolir a praça, engolir a rua.

De uma forma muito intuitiva, a partir de repertórios (matrizes de danças brasileiras, mimeses corpórea, circo, músicas, contato e improvisação, treinamento energético) e do que ouvíamos de como se fazer um teatro de rua, a companhia foi elaborando procedimentos de criação para construção das personagens e da encenação. Improvisávamos a partir de um roteiro de base e construímos as cenas, que só posteriormente foi elaborada de forma textual.

A pesquisa de figurino e cenário se inspirou no universo medieval (calça balonê, corpetes, painéis móveis) e aos poucos foi se misturando também com o universo das danças brasileiras (fitas, bandeirinhas, flores, chapéus, indumentárias, estandartes).

Do processo de produção

Ninguém dorme!
Café com leite, chocolate e pó de guaraná.
Pão com mortadela.
Estética da fome.
E Viva a cola quente!!!!


PS: Após a estréia os figurinos colados tiveram que ser devidamente costurados, pois estes se desmancharam.

Praça Santa Filomena em São Bernardo, lugar da estréia do grupo na rua - 2006


Zé da Fome escondendo-se debaixo da saia de Mariazinha



Chamando o público



Final da estréia




A Trupe

















Patrícia Janaina



Anselmo de Oliveira




Cristiane Santos




Alex Silva



Cibele Mateus

fotos: Anderson Gomes

Nenhum comentário:

Postar um comentário